segunda-feira, 28 de julho de 2025

Compreendendo as Estereotipias no TEA: Foco, Expressão e Segurança

A estereotipia autista refere-se a comportamentos repetitivos ou movimentos corporais frequentes, como balançar o corpo, bater as mãos, girar objetos ou repetir palavras e frases. Embora comumente vistos como “estranhos” por quem não conhece o Transtorno do Espectro Autista (TEA), esses comportamentos têm funções específicas para quem os realiza — e devem ser compreendidos antes de qualquer tentativa de intervenção.

Vamos analisar dois aspectos distintos da estereotipia, com seus respectivos cuidados:


🔵 1. Estereotipia como auxílio para a concentração e o foco

Muitas pessoas autistas usam as estereotipias como uma forma de autorregulação sensorial e emocional. Isso pode ajudar a:

  • Organizar pensamentos;

  • Filtrar estímulos do ambiente (ruídos, luzes, cheiros);

  • Canalizar ansiedade ou entusiasmo;

  • Manter o foco em tarefas desafiadoras.

📌 Exemplo: Uma criança que balança o corpo para se concentrar durante uma atividade escolar. Esse movimento repetitivo funciona como uma âncora que ajuda o cérebro a manter-se estável.

🧠 Cuidados recomendados:

  • Não interromper automaticamente o comportamento, especialmente se ele não estiver prejudicando a criança ou os outros.

  • Oferecer ambientes sensoriais seguros que favoreçam o foco sem precisar inibir a estereotipia.

  • Acolher a diversidade de expressão corporal, evitando críticas ou punições.

  • Observar se a estereotipia ajuda ou atrapalha o desempenho: se estiver favorecendo a concentração, é importante respeitá-la.


🔴 2. Estereotipia com caráter de automutilação

Em alguns casos, a estereotipia pode assumir formas autolesivas, como:

  • Bater a cabeça contra a parede;

  • Morder as mãos;

  • Arrancar cabelo ou unhas;

  • Dar tapas no próprio rosto.

Esses comportamentos geralmente têm origem em dor, sobrecarga sensorial, frustração ou sofrimento emocional intenso.

⚠️ Cuidados essenciais:

  • Buscar a causa emocional ou sensorial do comportamento (dor física, crise sensorial, frustração, falta de comunicação etc.).

  • Evitar punições ou broncas, pois isso pode intensificar o sofrimento.

  • Implementar estratégias de substituição, como objetos de mordida, almofadas para impacto ou brinquedos sensoriais.

  • Envolver equipe multiprofissional (fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, psicólogo) para avaliação e intervenção adequada.

  • Estabelecer rotinas previsíveis, que ajudam a reduzir as crises e os comportamentos autolesivos.


🟡 Conclusão

Nem toda estereotipia precisa ser “corrigida”. Algumas fazem parte da identidade e do equilíbrio emocional da pessoa autista. O foco deve ser sempre a qualidade de vida, com respeito e compreensão. Quando o comportamento envolve risco, o cuidado deve ser humanizado, nunca coercitivo


Texto e imagem produzidos com inteligência artificial.
Autor responsável: José Eduardo Thomé de Saboya Oliveira.

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