quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Com braço amputado após acidente, cearense brilha no Rei e Rainha do Mar e mira Paralimpíadas de 2016



Quem vê as conquistas do cearense Betão, não imagina que as primeiras braçadas foram no município de Morada Nova, a 171 km de Fortaleza, onde ele nasceu. O garoto Carlos Alberto, filho de agricultores, tinha paixão pelas águas e, quando não estava trabalhando com o pai, o rio Banabuiú virava sua segunda casa.

Mas a brincadeira de criança foi interrompida por um acidente, aos 12 anos, após um acidente no qual Betão perdeu o braço direito em uma máquina de beneficiamento do arroz.

Pelas condições financeiras, o cearense continuou o trabalho na roça, mas aos 30 anos decidiu mudar de história e superar a deficiência física para começar a se dedicar integralmente à natação.

Desde lá, Carlos Alberto soma duas medalhas em Parapanamericanos, ouro em Guadalajara (2011) e bronze em Toronto (2015), uma convocação para Paralímpiadas, em Londres (2012), e a 20ª posição no ranking mundial de paratletas da natação.

Para Betão, a etapa de Fortaleza do Rei e Rainha do Mar, realizada ontem, serviu de treinamento. Mais de 1.500 atletas de todo o mundo se reuniram na Praia de Iracema para disputar diferentes provas. Carlos Alberto conquistou o 2º lugar na categoria para pessoas com deficiência e o 32º na geral masculina na prova 'Challenge', etapa de natação por quatro quilômetros em mar aberto.

"É sempre diferente nadar em mar aberto. Os ventos e a ondulação contra a maré são desafios para a nossa resistência", conta.

Casado e com um filho, Betão vive do esporte e, mesmo com auxílio do pelo Governo, ele garante não ser suficiente. Mirando os Jogos Olímpicos no Rio em 2016 e o único cearense com chances de participar na modalidade de natação, Carlos Alberto pede mais incentivo ao esporte no Ceará.

Coroas para a Itália

Os italianos Rachele Bruni e Matteo Furlan foram os vencedores da prova 'Challenge', mais importante do Rei e Rainha do Mar. Totalmente dedicados ao esporte, são os atuais campeões mundiais da modalidade e treinam 18 horas por dia. Rachele é a única dos participantes do evento que já está classificada para as Olimpíadas do Rio em 2016.


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