quarta-feira, 7 de outubro de 2015

INSS Nega Auxílio-Doença para Mulher Cega e Sem Movimentos



Laudo diz que ela é apta para trabalhar.
06/10/2015

É dever dos peritos do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) proteger os cofres públicos impedindo que pessoas em condições de trabalhar recebam o benefício indevidamente, entretanto, muitas injustiças acontecem. Esse é o caso de Gabriela Russo que sofre de uma doença neurológica desconhecida que a fez perder os movimentos de todo o corpo e ficar cega.Os sintomas surgiram há mais de um ano, no período em que ela e o marido, Eduardo, estavam plenos de felicidade aguardando a chegada da pequena Flora.Depois da comemoração [da gravidez], começou a vir a doença. “No começo, achávamos que era frescura de grávida, até porque os médicos diziam muito isso. Ela começou a ter problemas para urinar, precisava fazer muita força para sair ” disse Eduardo.
Gabriela perdeu o movimento das pernas em seguida e piorava a cada dia. Para agravar a situação, o bebê corria risco de morte, então antecipar o parto foi a única chance de preservar a vida de Flora.
 
Ela pedia para mim no hospital: “Ai, Edu, eu não queria perder a minha visão, queria tanto ver a minha filha. Que pare tudo! Nem que eu use óculos fundo de garrafa, mas eu quero ver minha filha, ver o rosto dela”. Flora nasceu aos seis meses e a mãe não pode ver o rosto da menina, pois já estava cega.A menina foi direto para a UTI porque estava fraca demais; teve duas paradas cardíacas e paralisia cerebral. Como a vontade de viver não pode ser medida pelo tamanho de uma pessoa, Flora conseguiu e, dois meses depois, encontrou a mãe. Dois anos após o nascimento de Flora, Gabriela não teve melhoras.
Para cuidar da família, Eduardo precisou parar de trabalhar e, para ajudar nas contas da casa, foi ao INSS pedir um auxílio doença para a esposa, mas o benefício foi negado. A família, claro, entrou com recurso e aguarda uma nova decisão do INSS e, enquanto espera, vive à base de doações .
É uma corrente muito bonita, são pessoas querendo ajudar. Hoje, minha filha, faz a fisioterapia graças à tia Luiza, que banca; minha esposa faz fisioterapia graças a amigos, porque nós fazemos particular e é caro, então eu não conseguiria se não fossem esses amigos e familiares.

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