quarta-feira, 23 de março de 2011

Ato pelo Dia Internacional da Síndrome de Down lota auditório da Câmara

De Brasília, Idhelene Macedo.
Segunda-feira, 21 de março de 2011
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Mais de 350 pessoas lotaram o auditório Nereu Ramos, na Câmara, durante o ato em homenagem ao Dia Internacional da Síndrome de Down, comemorado nesta segunda-feira.

Fernanda Honorato, como ela mesma gosta de ressaltar, a primeira jornalista do mundo portadora de Down, explica que, quando têm oportunidade, todos podem ser incluídos na sociedade.

"Foi através de uma reportagem que eu fiz com a cantora Maria Bethânia, que parou em uma coluna do jornal O Globo. É isso que a gente precisa: a questão de uma oportunidade. A gente precisa mostrar bem o que é um incentivo para pessoas com deficiência."

Roxana Campos, representante da Associação de Pais e Amigos de Pessoas com Síndrome de Down do Distrito Federal, destaca que as escolas devem estar preparadas para receber as crianças especiais.

"A realidade hoje de uma educação moderna é a escola encontrar a forma de ensinar porque todos nós somos diferentes. Tem gente que é bom em matemática, tem gente que é bom em português, tem gente que não é bom em nada. Então, a escola não pode dizer: este aluno não me serve porque vai me dar trabalho."

Já Juan Llerena, coordenador do Departamento de Genética da Fiocruz, observou que um caso de síndrome de Down é registrado a cada 800 nascimentos. Mulheres fora da faixa etária dos 19 aos 24 anos têm mais chances de dar à luz bebês com a anomalia. Segundo ele, a medicina já avançou e a possibilidade do indivíduo com Down atingir 35 anos de idade é muito maior hoje do que há uma década. Para Llerena, o grande desafio é vencer o preconceito e respeitar a escolha das famílias que decidem ter filhos em idade avançada, por exemplo.

"Não é direito do casal decidir pelo futuro de sua prole? Essas são questões que são individuais, não são coletivas. Tem de ser respeitada a decisão individual."

Cercado de crianças e adolescentes ávidos por uma foto com o ídolo, o ex-jogador e agora deputado Romário (PSB/RJ) diz estar feliz em promover um evento com o objetivo de mudar a ideia das pessoas sobre os portadores da síndrome de Down.

"Fico feliz em saber que as pessoas com síndrome de Down me têm como uma pessoa querida e também os pais dessas pessoas, os amigos me veem como uma pessoa que possa fazer, definitivamente, alguma coisa de diferente do que foi feito até agora. Então, o que eu posso dizer é que, se depender de mim, vou estar sempre lutando e dando o máximo para que a gente possa mudar a qualidade de vida dessas pessoas."

O deputado Romário afirmou que não pretende apresentar novos projetos, mas vai trabalhar para a aprovação de propostas sobre o tema em andamento na Casa. As proposições preveem, por exemplo, a concessão de benefícios como isenção do Imposto de Renda e o pagamento de um salário mínimo mensal para o portador da síndrome de Dowm que comprovar ausência de meios para sua própria manutenção.

Fonte: Rádio Câmara
Colaboração: Neide Pessoa

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